25 fevereiro 2007

23. É d'Oxum

Para quem não acreditou (leia-se Nivando & Cia), eu não pulei carnaval. Fiquei com meu pai, com amigos e com "LOST". Oportunidades, abadás e trios não me faltaram. Até me senti tentada, mas sabe de uma coisa: no fundo, não me fez falta. Não sei se o fato de morar em Salvador ajuda, afinal, o que esses turistas pagam tão caro para ver durante esses 5, 6 dias, eu tenho o ano todo.

Entre outras ocupações durante o feriado, vieram várias lembraças de carnavais passados. Na balança, todos com o mesmo peso. Inegável porém o fato de que o carnaval em Salvador está diferente. Todos os meus amigos, este ano, eram sempre unânimes em dizer que o melhor carnaval era sempre no camarote tal (única discordâncias entre eles). Um tinha "open bar", outro "acesso à praia", outro era melhor "o acesso", outro tem mais "gente bonita para beijar" etc, etc. Não gosto disso não. Carnaval é no chão. É correndo atrás do trio. É dançando até o tênis acabar. É sentando no meio-fio pois os pés não aguentam o peso do corpo de tanto dançar. Não consigo gostar de camarote. Não gosto de "ver" a festa. Gosto de fazer parte dela.

Sempre fui foliã de "chão". De sair na avenida ao meio-dia, às 7 parar e lanchar, descer a ladeira da Barra a pé e ir até o Farol começar tudo de novo. Sou da época que a gente estava muito mais preocupado em saber qual o trio que desceria para a Barra do que quanto custava um camarote.

Sou da época que Netinho tinha cabelo branco e ficava rouco na quarta-feira de cinzas. Que Daniela assumia o seu cabelo e Ivete fazia back. Que o arrastão em Ondina não existia. Sou da época da "pipoca de Laurinha", do "Vale de Sarajane", do "Faraó de Margarete", da "banda Mel que subia a Ladeira do Pelô na sexta-feira". Cantei (gritei, na verdade..) que "Eu vou atrás do trio elétrico, vou", e c
urtia uma "baianidade nagô" que Deus sabe onde arrumei.

Sou da época que inspirou Gerônimo a compor o tema afetivo de Salvador: É d'Oxum. Você só sabe o refrão? Não conhece? Tranquilo, amigo. Você não é baiano, afinal, a Bahia, como já se disse, é um estado de espírito. Ser baiano, um privilégio.

PS 1 - Não deixem de ouvir a música abaixo. Linda demais!!!! Como a Bahia!!!
PS 2 - Antes que me apedrejem, eu assumo que não sou baiana. Deus sabe o que faz: eu tão maravilhosa assim, se fosse baiana seria igual a Ele. Como Ele não gosta de concorrência...
PS 3 - Será que sou velha? Rsss Magina.. Rss


3 comentários:

Allan disse...

Eu sou baiano. E acho que sou d'oxum... Mas ainda não fui a um terreiro pra ter a confirmação.
P.S: Ir pro carnaval e ficar no camarote não é só "ver a festa". É curtir com todo o conforto que os baianos gostam... É por isso que eu entendo vc não gostar de camarotes...

Erika disse...

Déa prima queridaaaaa!!!
saudade de tu!!!
HUm...parabéns vc não foi a única...eu passei o carnaval tbm em familia,e ainda por cima dancei muitoo...rsrs...muito bolero!!!Peeense q nao sei como nem pq eu fui parar num bailinho da terceira idade...mas foi ótimo...rsrsr
bjoo

Tina disse...

Ainda bem que você se comportou... agora pode se esbaldar nos próximos carnavais...

beijos querida e boa semana,