10 fevereiro 2013

Chame Gente

Postei no Facebook o vídeo abaixo que é o vídeo institucional do Verão da Bahia. Lembro que um amigo meu jornalista (amor de pessoa e profissional mega competente!) disse que ficava fácil fazer um comercial com tantas estrelas. O comercial foi esse abaixo:


Respondi que cada terra usa o que tem! Além desses primeiros (Ivete, Daniela, Cláudia Leite (que precisa do sobrenome, pois não é genuinamente bahiana) e Carlinhos, tantos outros aparecem, Dadá, Magary, Gerônimo, Jau, Armandinho e tantos outros. O clipe é cheio deles mesmo! A terra é assim: abençoada! E a gente nem precisa exportar todos, porque aqui mesmo a gente consome o que é bom! Já diz o acertado ditado: na Bahia não se nasce: estreia!

Daí, o meu querido amigo jornalista rebateu! Disse que preferia o estado dele, e ainda ousou comparar os baianos com outros povos... Perdoadíssimo, meu amado! Você não tem sangue baiano... Se conforma com qualquer coisa! E afinal o seu estado tem lá os seus encantos. Mas, desculpe: a Bahia é superior em tudo! E quem diz isso são os milhões de turistas que atualmente invadem as nossas ruas, desfrutando de nossa hospitalidade e de nossa magia! Não existe maior carnaval de rua no MUNDO! 

E, se você quer comparar com aquele outro estado, queria lhe lembrar que aqui na Bahia os ritmos são democráticos e sempre se reinventam. Esse ano, o arrocha invadiu a avenida, só que já existe há mais de 10 anos e os artistas deste ritmo já são mega reconhecidos por quem interessa: o povo baiano. Não ficamos no uníssono da mesma música, mesmo palco, mesmo tudo... Axé, afoxé, guitarra baiana, arrocha, samba reggae, deboche (os ritmos que eu lembro an passant) são todos genuinamente baianos. 

Voltando a falar da minha terra! Esse ano, no carnaval, vários de nossos artistas como Tatau, Chiclete com Banana, Harmonia do Samba, Psirico e outros decidiram "baixar a corda". Isso significa que seus trios passaram pelos circuitos Barra-Ondina e/ou Avenida sem cordas ao redor. O folião pipoca agradece e fez uma festa linda! Vamos explicar um pouco: anteriormente, baixar as cordas era sinônimo de muita, muita confusão e isso acontecia invariavelmente no final do percurso (pergunte ao Sr. Nivando que, quando Ivete baixou a corda, ele não conseguiu mais colocar o pé no chão). Agora, como o folião já sabe que eles vão sair sem corda, pulam e não ficam mais só aguardando o final do percurso! Na verdade, os nossos artistas sempre sentiram essa necessidade de fazer o carnaval para o povo (até porque os abadás são comprados só pelos "não-baianos" porque baiano mesmo não compra abadá - ele no máximo ganha!). Pois bem, sabe como surgiu o carnaval do circuito Barra-Ondina? Os artistas tocavam com cordas na Avenida, e quando terminavam, desciam a Ladeira da Barra para ir para  o Farol da Barra tocar para a galera. Livre! Só pra curtir mesmo! (E nem vou falar em Ivete que faz o Circuito Barra-Ondina na quarta-feira há anos sem corda, só mesmo para a galera!!!! O arrastão da Ivete é mais uma marca do nosso Carnaval! Para o turista ir embora pensando em se mudar pra cá!) 

E esse negócio de camarote é só mais uma forma de ganhar dinheiro em cima dos "não-baianos". Se eles querem pagar, a gente disponibiliza sim! Isso porque baiano tem e faz festa o ano todo! A gente não precisa "ver" artista! Se a gente quer ir pro Carnaval, vamos é atrás do trio elétrico (sem precisar dizer a frase de Caetano porque você já lembrou, não é?)!

Aliás, vamos combinar que não é só de turista, artistas, trios e camarotes que vive o Carnaval da Bahia. A cidade recebe cerca de 2 milhões de pessoas nesses 7 dias (a abertura oficial do nosso carnaval é na quinta...). Então entram os nosso governantes, que estão, obviamente, longe de serem perfeitos, mas sabem fazer uma festa de rua como em nenhum lugar desse Brasil (e eu posso falar porque já estive em festa de rua infinitamente menores em outros estados, inclusive no seu estado, meu querido amigo jornalista, e era cada aberração... Para um baiano, como eu, me dava uma vergonha alheia, afinal sou brasileira e queria que todos os estados aprendessem, nem que fosse só a fazer festa, com a gente...). 

Aliás, falar de circuitos do carnaval, é bom lembrar que o artista baiano tem muuuuito fôlego. No circuito Avenida, eles cantam e tocam cerca de 8 horas. No Barra-Ondina, cerca de 5 horas. 

Mas, como diz a música (que um dia te explico todinha, porque só baiano mesmo para entender... E está escrito da forma certa, com as maiúsculas colocadas corretamente... Baiano vai entender o que estou dizendo) "por isso Chame Chame, Chame Chame gente"! Pode vir! Aqui a gente ensina a quem quiser vir aprender. E vários já vieram, como Aviões do Forró, vários sertanejos, DJs e outros...

Ainda reza o poeta que "A pé ou de caminhão, não pode faltar a fé, o carnaval vai passar!". É verdade! O Carnaval passa! Mas a nossa fé em Senhor do Bonfim e em Oxum (afinal, nesta cidade todo mundo é d'Oxum!) nos fez especiais. Nos faz ver o quão grandiosa essa terra é, e como esse povo é abençoado! Lembrando que final, temos Deus no coração, mas o diabo no quadril...  

Pois é. Acabei falando basicamente do Carnaval. Se eu escrever sobre a Bahia daqui há aproximadamente uma semana, o texto será completamente diferente, mas estamos respirando Carnaval! Inspiração esse terra me dá até demais. O que me falta é o tempo...

PS 1 - E eu nem falei da volta de Tatau ao Araketu, que me fez muita gente chorar, inclusive essa escritora... E nem em Armandinho matando do coração os foliões com o Bolero de Ravel tocado com a sua guitarra baiana... E do Afródomo? Encontro de trios? Geeente... Mas se eu não parar aqui, não acabo nunca... Que terra é essa????

PS 2 - E só ficamos no campo musical, não foi? Na área artistica, ainda tem tanta coisa, mas tanta coisa mesmo que se eu começar, não termino!. A gente sabe fazer (e bem feito!) humor, teatro, tudo, tudo a gente faz BEM feito e não um arremedo, como em determinados lugares...

PS 3 - Acabei de aprender essa com Daniela: "Morte súbita de baiano dura 10 dias!" ADOREI! kkkkk

Por fim, mais um vídeo: nossos DIVAS cantando juntas com a OSBA (Orquestra Sinfônica da Bahia), Armandinho e Filhos de Gandhy. Mas respire fundo: é de perder o fôlego! Gravado no nosso teatro Castro Alves que (desculpe de novo, meu amigo) é maior E MELHOR do que quaisquer teatro que você tem aí em seu estado. Mas é isso mesmo. É compatível com o nível dos seus artistas. E, entenda, meu amor, quem nasceu em qualquer outro lugar do mundo, no fundo, no fundo mesmo, só queria ser baiano... Mas eu sei que confessar isso é difícil, então te perdoo. E te amo!

Um comentário:

Glêdson disse...

Quero me sentir baiano. Quero ganhar um abadá para acompanhar Ivete em cima do trio, com direito a foto com ela. Se é para desejar muito, então desejo o melhor do melhor.